quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A HISTÓRIA DAS COISAS...

Saudações irmãos...

Navegando pelos blogs da vida, me deparei com esse vídeo abaixo... usando o recurso copiar e colar, venho espalhar aqui essa mensagem, continuando nessa linha de pensamento sistêmico e consumo consciente. Esse vídeo mostra um pouco de como as coisas acontecem no sistema em que vivemos atualmente e como os bens de consumo chegam a nós. O vídeo dura cerca de 20min.

depois de assisti-lo pense um pouco no que vale apena comprar, nas "necessidades" que tem e analise se não esta comprando em função do movimento de consumo que é posto para nós...


É isso, grande abraço e boas reflexões


Sinopse:

O que é a História das Coisas? … Desde a sua extração até à venda, uso e disposição, todas as coisas que compramos e usamos na nossa vida afetam as sociedade no nosso país em outros países, mas a maioria disto é propositadamente escondido dos nossos olhos pelas empresas e políticos. A História das Coisas é um documentário de 20 minutos, rápido e repleto de fatos, que olha para o interior dos padrões do nosso sistema de extração, produção, consumo e lixo. A História das Coisas expõe as conexões entre um enorme número de importantes questões ambientais e sociais, demonstrando que estamos destruindo o mundo e auto destruindo-nos, e assim apela a criarmos um mundo mais sustentável e justo para todos e para o planeta Terra. Este documentário vai nos ensinar algo, e acabará por mudar para sempre a maneira como olhamos para todas as coisas que existem na nossa vida e que CONSUMIMOS.


segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Produção e Consumo

Falaí galera,

primeira vez que eu tô chegando aqui pra escrever... vamos organizar um pouco as idéias a respeito dessa última postagem do nosso camarada diego.
Ler é sempre válido, considerando também a importância de analisar quem escreve. A mensagem do emissor é direcionada, tem foco, fontes e inclinações políticas. Digo isso porque é sabido, para alguns ou muitos, quem é a Folha de São Paulo. Quem porque ela é veiculada com o aval de um editor, de um corpo de jornalistas e também de muitos anunciantes e patrocinadores. Então vamos começar partindo da inexistência da neutralidade. O sujeito que escreve é um quem.
De modo que a Folha de São Paulo é uma mega indústria do jornalismo paulistano, serve explicitamente a um segmento da sociedade."Quem lê Caras não vê Bundas", minha gente. (espero que todos lembrem desse época em que o ziraldo se propos a produzir uma revista que ironicamente não circulou muito por aí. Já a Caras segue firme e forte...) É, imprensa forte! E temos que estar atentos para isso, senão acompanhamos só uma parte de um processo que é mais amplo e um tantinho mais complexo também.
Estamos vivenciando a apropriação da causa ambiental pelo capitalismo. Desenvolvimento Sustentável, Aquecimento Global. Palavrinhas mágicas, que legitimam a reprodução de uma (mesma) estrutura. Não é somente o consumismo que é incompatível com a preservação do planeta, mas sobretudo as formas de produção. Se a galera da indústria do plático continuar afim de produzir plástico, ele estará circulando por aí em mil produtos, mas oh, beleza, temos ecobags -que carregam muitas coisas por dentro. Esse conceito de desenvolvimento sustentável é incompatível com uma outra vida. Porque a sociedade que queremos e buscamos direcionar nas ações cotidianas não é compatível com o capitalismo em suas estruturas todas. Refletir um pouco sobre o capitalismo não só como conceito abstrato puramente teório, mas como algo que está intrínseco em nossas existências, porque nós vivemos numa conformação que aparelha o modo de produção capitalista. O Estado brasileiro encaminha suas escolhas na direção do capitalismo, que se dá na movimentação de empresas, mercado e produtos. Produtos mil. Então claro que nesse sentido a questão do consumo é pertinente, contempla muito a viagem do fetiche e da fetichização de tudo e de todos. Mas... O consumo consciente não é uma forma de agir isolada numa bolha. Esse tal consumo, essa tal sustentabilidade, estão tanto na verdade das ações quanto na ilusão. A ilusão de quem consome. A malandragem de quem produz. "Para especialista a classe C ignora a sustentabilidade" - a entrevista do tal especialista é sofrível, mal conduzida pelo jornalista, um vocabulário tosco e uma mensagem .... bem, o que há de se esperar da mensagem ? ....
Assim, os atores que produzem e reproduzem a sociedade que a gente tanto diz que repele, resignificam o terreno que era da verdadeira militância. A causa ambiental. A natureza da Terra não pode ser defendida com(o) a causa do aquecimento global. Quando o relatório de Washington " tira a causa do governo e dos acordos" está eximindo o Estado de se comprometer com uma pauta realmente revolucionária.
Mas aí cá entre nós, a instituição que é o Estado nunca foi das mais revolucionárias, o socialismo que o Estado conseguiu aplicar ficou faltando em muito à idéia de uma sociedade menos opressora.
Mas aí o papo já descamba pra outra vertente dessa mesma coisa que buscamos (e fazemos!)
O nosso ambientalismo tá precisando de militância. Do contrário, seremos assimilados pela mesma lógica que combatemos.
Não deveríamos simplicar nossas ações, nossas conversas e nosso blog na discussão do consumo sustentável. Ampliar para as formas sustentáveis de produzir, para os entraves que o próprio Estado, governos flutuantes e empresas estabelecem. Enquanto valorizarmos salvar a natureza como um recurso para fortalecer a produção dessas megaempresas, não contribuímos na caminhada de quem tá trampando de formas realmente sustentáveis.
Ir no cerne. Madeira Nobre.

Agradeço a quem acabou de ler esse textinho e vamos continuar a conversa.
Convido aos amigos e simpatizantes da Sape que se achegem ... pra gente gastar bem o tempo dessas visitas virtuais.
Beijos e abraços para todos.

Aos que vão ao Fórum, tragam informações, exponham nesse espaço do blog.

Salve salve!

ps: a configuração desse editor de texto é assim ruim mesmo ou eu sou lerda? Não tem recurso para parágrafo???
(diego aguardo sua resposta!)



quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

UMA OUTRA VIDA É POSSÍVEL

Saudações,

venho mais uma vez divulgar aqui, um outro propósito de vida... Vejam a matéria abaixo, esqueçam as enquetes que perguntam se vc consegue viver sem geladeira e tv...rs... mas enfim, não há nada errado nisso, pelo contrário a tv suga nossas energias...

Vejam o ex.: do casal, assim como eles muitos outros estão nesse caminho... A natureza agradece por essa escolha...

Grande abraço, beijos e muitas floresss


Casal anticonsumista vive sem geladeira e TV em SP

MAURÍCIO KANNO
colaboração para a Folha Online


Você acha que seria possível viver sem geladeira? E sem televisão? O casal Juliana Morari, 26, e Lúcio Tamino, 27, vive assim. E muito bem, pelo que dizem. Há dois anos, mudaram-se de uma região mais urbana da metrópole de São Paulo para a serra da Cantareira, nos limites do município, onde consomem "somente o necessário".

Vote na enquete: "Você teria um estilo de vida anticonsumista a ponto de ficar sem TV e geladeira?"

"Já que procuro sempre comer frutas e legumes frescos e não consumo nada derivado de animais, que estraga fora da geladeira, não preciso dela", explica Juliana, que se identifica como pesquisadora de dança. Ela planeja no máximo experimentar um sistema africano de refrigeração com vasos de cerâmica.

Divulgação
Artista plástico Lúcio Tamino, 27, em sua casa na serra da Cantareira, onde vive "somente com o necessário" com a esposa
Artista plástico Lúcio Tamino, 27, em sua casa na serra da Cantareira, onde vive "somente com o necessário" com a esposa

Sobre a falta de TV, diz : "Assim, evitamos o apelo comercial que chega tanto pela TV como por lanchonetes e outras grandes lojas"

Eles são um exemplo de até onde podem chegar cidadãos preocupados com o ambiente --e, no caso deles, também com a saúde, os animais, e o "todo à sua volta".

Relatório publicado pelo Worldwatch Institute na semana passada apoia atitudes como a deles. A organização, baseada em Washington, tira o foco no governo e em acordos internacionais. Avisa que o desenvolvimento sustentável do planeta e a luta contra o aquecimento global passam por uma renúncia ao consumismo.

Juliana diz que não compra produtos "supérfluos", ainda mais quando são industrializados, como biscoitos recheados e iogurte.

Divulgação
Pintura do artista plástico Lúcio Tamino, 27, a partir de vista de sua casa na serra da Cantareira, para onde se mudou há dois anos
Pintura do artista plástico Lúcio Tamino, 27, que mostra a sua casa na serra da Cantareira, para onde se mudou há dois anos

"Possuem corantes, conservantes e outros ingredientes que podem fazer mal", diz. Quando o casal precisa mesmo de algo industrializado, como óleo, opta por cooperativas. "Priorizo produzir eu mesma biscoitos e pães caseiros para nosso consumo."

O sustento financeiro do casal vem de Lúcio, artista plástico. Mas, como evitam o consumismo, não necessitam de muito dinheiro, diz Juliana.

O único eletrônico que declaram possuir em casa é um computador, por onde atualizamsite contando sua experiência.

Absorvente reaproveitável

Há outros que não têm um estilo de vida como o de Juliana e Lúcio, mas, ainda assim, buscam renunciar ao consumismo. A Folha Online ouviu casos curiosos de renúncia às compras tidas como excessivas. Algumas medidas, como a da professora Tânia Regina Vizachri, 23, chamam a atenção.

Em vez de utilizar absorventes íntimos descartáveis, ela adotou os chamados abiosorventes. São de pano reutilizáveis.

"Isso evita ter que ir sempre comprar na farmácia e produzir mais lixo", explica ela. "Além disso, há os produtos químicos do produto industrializado que também causam impactos."

Divulgação
Abiosorvente, absorvente íntimo feminino reutilizável com impacto ambiental reduzido
Abiosorvente, absorvente íntimo feminino reutilizável com impacto ambiental reduzido

O site do produto estima: "cada uma de nós irá consumir, ao longo da vida fértil, algo em torno de 10 mil absorventes descartáveis, que ficarão aí pelo mundo por volta de uns cem anos pelo menos".

E quando seu celular quebra, você pensa em consertar ou compra outro? Como muitos desses aparelhos são baratos, o biólogo Leandro Sauer Carrillo, 26, aponta que a tendência é mesmo comprar outro. "As pessoas não se preocupam com o que vai virar depois o produto", diz.

"O visor do meu celular quebrou há cerca de dois anos, depois de um ano de uso", conta ele. "Ao invés de jogar fora, consertei, por 10% do valor do aparelho." Outra aventura do aparelho foi molhar --problema que ele diz ter resolvido ao secá-lo.

Hoje Leandro não está mais com o celular, mas o deu em boas condições de funcionamento para sua mãe, atual usuária.

Arquivo pessoal
O biólogo Leandro Carrillo, 26, sugere pensar por uma semana antes de fazer uma compra
O biólogo Leandro Carrillo, 26, sugere pensar por uma semana antes de fazer uma compra

Uma semana para pensar

Outra preocupação do biólogo é na hora de fazer qualquer compra: "Antes pense no seu custo-benefício por uma semana", sugere ele. "Se, no fim do período, ainda quiser comprar, OK. Senão, provavelmente era algo que você acabaria não usando."

Ele exemplifica com a última coisa em que pensou em comprar: uma máquina de fazer suco que viu em propaganda na televisão.

"Parecia legal, mas depois, ao ver funcionar, percebi que desperdiçava partes da fruta que também poderiam ser aproveitadas, gerava muito resíduo", conta Leandro, que desistiu da compra.

Outro objeto de consumo que o biólogo cobiça há cerca de quatro anos é uma TV LCD. Mas recusou até hoje a compra pela decisão consciente de esperar: "A tecnologia avança muito rápido, logo vai ter outra opção mais avançada", pondera.

"Além disso, quanto tempo vou ter para isso? Se eu tiver uma TV pior provavelmente vou ter até menos vontade de assistir e vou poder fazer outras coisas mais saudáveis."


link da matéria: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ambiente/ult10007u681809.shtml

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

NORMOSE

ESSE TEXTO ME CHEGOU POR E-MAIL ESSES DIAS, NÃO COSTUMO REPASSAR OS E-MAILS ENCAMINHADOS, MAS ESSE VALE APENA POSTAR AQUI...
GRANDE ABRAÇO E AGRADECIMENTOS AO PROFESSOR HERMÓGENES POR CONTRIBUIR PARA A LIBERTAÇÃO DE MUITOS...

Normose:
Uma doença chamada "normalidade"

Professor Hermógenes ¹

O mundo "normal" nos atrai.

Enquanto atrai nos distrai.

E porque nos distrai nos trai.

Se nos deixamos trair, ele nos destrói.

É hora de despertar!

Sinceramente eu digo: "Deus me livre de ser normal".

Desde que comecei a caminhar no Yoga venho conseguindo manter uma bendita e invejável "anormalidade". Eu já fui "normal" e não tenho saudades.

Venho estendendo meu convite a todos para que comecem a sua "desnormalização". E este meu convite é uma expressão de amor ao homo sapiens, à minha espécie.

Será absurdo clamar aos homens e mulheres desta sacrificada, caótica, amoral, violenta, injusta, vazia, entediada, poluída, cruel, amalucada e decadente sociedade em que vivemos que tomem consciência, e não mais continuem a submeter-se inconscientemente a esta lógica, obsedante e patológica "normalidade"?

Será estranho o meu clamor aos acomodados ou rendidos que se rebelem e se libertem?

Será mesmo descabido a proposta de uma terapia que pretenda curar esta doençaque vem sendo chamada "normalidade"?

O homem "normal" é um doente!

Quando se diz "em terra de cego quem tem um olho é rei", está se dizendo que a cegueira é o "normal". Nesse caso, o "anormal", aquele que vê, é bastante melhor, tanto que pode ser o "rei".

Há décadas, o Papa Paulo VI diagnosticou a sociedade de seu tempo, dizendo: "O mundo está doente." Você contesta? Ou constata?

Considerando somente as aparências, isto é, aquilo que a mídia (imprensa, rádio e TV) fez aparecer, o mundo parece estar em acelerada degradação, parecendo um filme de terror, escorregando para a tragédia. Visando vender para os "normóticos", para a massa ignorante, desprovida de discernimento - e, sem dúvida, padecendo de acentuado distúrbio sadomasoquista, que se deleita no consumo de notícias mórbidas, de sujeira, crueldade e pavor -, os grandes veículos se aprimoram em acentuar as tintas negras, os sintomas alarmantes, ao dar publicidade predominante ao lado enfermiço da humanidade.

E não é somente a imprensa que vende tais aspectos e componentes trágicos, doentes e poluídos da sociedade humana; a sub-arte também. Cinema, fitas de vídeo, novelas, casas de espetáculo exageram os aspectos chocantes, aberrantes, teratológicos (estudo das monstruosidades), mórbidos, poluentes e sórdidos das vidas de homens e mulheres.

Os teóricos argumentam que isto é a realidade e é assim que deve ser mostrada. O que é assim não é a realidade, mas apenas um setor da sociedade, aquele que alguns irresponsavelmente acham de vitrinizar. Alguma parte da sociedade é de gente boa, equilibrada, sadia, espiritualmente nobre e bonita, mas alguns obsessivamente fazem questão de ignorar.

Quantas pessoas e instituições sociais, mantendo-se com enormes sacrifícios, se devotam à prestação de generoso serviço, a distribuir caridade, a cultivar espiritualidade, a manifestar amor, a anunciar a luz, a propor a paz...?

Um diagnóstico correto não pode ser parcial.

Tudo que existe é assim com seus dois pólos. No entanto, enquanto os abutres só conseguem se interessar pela carniça, as abelhas são atraídas somente pela beleza, doçura e fragrância das flores. Aos que não vêem a não ser o lado mórbido das coisas, um convite: dialoguem com as abelhas. A sociedade está doente pela hipertrofia de seu lado abutre com simultânea atrofia de seu lado abelha. Há treva e luz, e não somente treva. Há ódio. Por que não o amor?violência, mas também hácaridade.corrupção, mas honestidade não falta.

Por que somente o diagnóstico negro?

A maioria imensa da humanidade é formada pelos "normóticos", que desfrutam o tempo e o espaço cultural, e aí está a doença.

A minoria dos curados de uma enfermidade chamada "normose" não pode continuar sendo esquecida. É verdade que a humanidade está enferma, e está exatamente pelo predomínio e pela ação dos medíocres e ignorantes que a forma.

É inadiável curar a "normose" da humanidade. E isto deve começar pela"desnormalização" de cada pessoa, o que requer, indispensavelmente, empenho e esforço pessoal depois de feita a opção por uma disciplina inteligente, por uma vigilância contínua e por jubiloso auto-sacrifício do ego no altar do Divino.

De minhas observações durante tanto tempo, fiz levantamentos dos sintomas que, com maior freqüência, os "normóticos" apresentam. A lista não é completa e nem um"normótico" qualquer tem de ter os sintomas todos. Não pretendo que este inventárioseja perfeito. Quando alguém conseguir inventar um "normômetro" (aparelho capaz demedir a "normalidade" de uma pessoa), prestará um serviço inapreciável à Medicina Holística, para diagnosticar a "normose".

Os "normóticos" têm reduzidas a juventude e a vida. As doenças degenerativas se apressam a se manifestarem antes do tempo. E ainda é motivado por distresse. Desprovido de um motivo, alto, sublime e nobre para viver, desde que seus objetivos são mesquinhos e imediatistas, o "normótico" desconhece o que seja equanimidade, sobriedade, serenidade e paz. São fáceis vitimas dos opostos-de-existência. Oscilam, indefesos e inconscientes, como folhas ao vento, sem repouso e sem destino. Numa hora, festejam ruidosa e às vezes alcoolicamente umafugaz vitória ou uma aquisição furtiva. Noutra, se deprimem e lamentam, quando alcançados por um imposto despojamento de algo que não resistiria ao tempo. A "normalidade" dominante ensinou o "normótico" a lutar até exaurir-se e a usar todos os meios (até, quando preciso, os sujos) na convicção pouco inteligente de "ganhar ou... ganhar. Eles repelem a abnegação, a renúncia, a aceitação do inevitável.

Desconhecendo o por que e para que viver, o "normótico", é uma carta depositada no correio, na qual falta indicação do destinatário e do remetente. É uma carta que foi escrita inutilmente. Seu destino só pode ser a posta-restante.

Vivendo na superfície de si mesmo, o "normótico" age sob motivações que, em alguns casos, são bem tipicamente animais: comer, beber, defender-se, gozar e transar. Não cultiva valores tipicamente humanos: verdade (ou veracidade); retidão; paz; amor (universal e puro); e não-violência. Sai Babadisse que a constatação "eu sou um ser humano" é apenas a metade da verdade. A outra metade é poder dizer: "eu não sou um animal".

O "normótico" é um consumista obsessivo. Compra o de que precisa e ainda mais,o inútil. O que ele não pode é resistir às manobras da publicidade e do marketing. Ele sofre da síndrome de "aquisitite". Para seguir comprando, comprando, gasta e se desgasta ansiosamente, obsessivamente.

Com a palavra "mesmismo" Erich Fromm denominou o fenômeno de cada um precisar se parecer com o outro. O "normótico" calça os mesmos tênis, veste as mesmas calças, bebe os mesmos refrigerantes, fuma as mesmas marcas, se fanatiza pelos mesmos ídolos populares, curte as mesmas músicas, demonstra, com isto, que sua segurança está em "enturmar-se"; falta-lhe a salvadora coragem de ser diferente. Quanto mais "normótico", mais submisso à moda. Esta tendência a entregar-se indefeso e inconsciente à robotização orquestrada pela propaganda massifica-o, esvazia-o. E é ainda pior quando se fanatiza por movimentos, líderes, seitas, seitas ditos religiosos.

Porque nem imagina quanto o amor e a felicidade nos completam, o "normótico" confunde ossimples desvarios sensuais com ser feliz. E o sentimento de posse do outro e o ciúme, que são apego-dependência, ele confunde com amor.

Na ânsia por uma mal-entendida liberdade, certos "normóticos" neuróticosconfundem o ser feliz com o ser devasso, "assumido", "liberado", e se sentem à vontade em "curtir um barato", embora depois recaiam trágicas conseqüências sobre ele: escravidão ao traficante, AIDS, demência. Ao que não sabe o que é a verdadeira liberdade, eu lembraria que é a capacidade de não fazer aquilo que não se quer ou que se precisa não fazer. Não é o fazer aquilo que se deseja fazer. Muitos jovens,confundindo a liberdade com outra coisa, às vezes rompem com violência seus vínculos com o lar, e se entregam a uma aventura, que, a principio, pode até ser uma aventura, mas inevitavelmente acaba em desventura.

Há uma forma "normóide" de exercer poder político, econômico e social, na qual o "normótico" sempre tira proveito pessoal, indiferente à dor, à miséria, à injustiça queimpõe a multidões de infelizes. Calígulas e Neros de gravata, os "normóticos" poderosos são pragas a fazer muitas vítimas.

Toda a minha literatura tem sido voltada para alertar os "normóticos", convidando-os para dar uma guinada no rumo da verdadeira paz, do amor bem-aventurado, no rumo da sabedoria que liberta, dasaúde, da alegria pura, finalmente da vida abundante.

¹: José Hermógenes de Andrade Filho (Natal, Brasil, 9 de março de 1921), mais conhecido como Prof. Hermógenes, é um escritor, professor e divulgador brasileiro dehatha ioga.

É doutorado em Yogaterapia pelo World Development Parliament da Índia e é Doutor Honoris Causa pela Open University for Complementary Medicine.

O professor Hermógenes recebeu a Medalha de Integração Nacional de Ciências da Saúde e o Diploma d'Onore no IX Congresso Internacional de Parapsicologia, Psicotrónica e Psiquiatria (Milão, 1977).

Escolhido o Cidadão da Paz do Rio de Janeiro, em 1988, o Professor Hermógenesrecebeu a Medalha Tiradente em 8 de maio de 2000.

A premiação foi conferida pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, pelo bem-estar e benefícios à saúde que as obras de José Hermógenes de Andrade Filholevaram para os brasileiros.

É fundador da Academia Hermógenes de Yoga.