quarta-feira, 24 de novembro de 2010

ESGOTO RADIOATIVO EM ANGRA


‘Esgoto’ nuclear na Costa Verde
Norbert Suchanek - EcoDebate
 
O mito da energia limpa Já quase todas as praias da Costa Verde do Estado do Rio de Janeiro estão esgotadas por condomínios fechados e turist resorts. Mas já alguns anos conhecemos uma pequena praia no Saco de Piraquara de Fora entre Angra e as usinas nucleares, que ainda está linda e pouco conhecida. Nesta praia com pedras maravilhosas e águas cristalinas, ainda vive uma família quilombola. Nós já comemos várias vezes um peixe pescado fresquinho da pequena baía em frente à praia.
O que nós só fomos conhecer recentemente é que esta baía, ou melhor, o Saco de Piraquara de Fora, está “esgotada” com substâncias radioativas pelas usinas nucleares Angra 1 e 2, localizada no outro lado do morro, na vizinha baía de Itaorna. Um túnel foi construído exclusivamente para jogar no Saco de Piraquara de Fora estas substâncias radioativas com a água da baía Itaorna, utilizada na refrigeração dos reatores nucleares.
Desde a construção da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), os responsáveis da Eletronuclear e o lobby da energia nuclear criaram o mito que as usinas são sistemas fechados, que não produzem emissões ou resíduos. Foi criado o mito da energia limpa, que o governo Lula não pára de repetir. Mas a realidade é que estas usinas estão produzindo todo dia nem só emissões gasosas radioativas, mas também um “esgoto” líquido radioativo. Por isso, as usinas nucleares tem uma chaminé alta e um sistema de descarga.
O que são estes rejeitos gasosos radioativos e o rejeitos líquidos ou “esgotos” radioativos concretamente? Pelas suas chaminés os reatores liberam no ar os gases nobres e radioativos Criptônio 85, Argônio 41, Xenônio 133 e também Iodo 131 e Tritio (H3). Tritio também está dentro do coquetel dos resíduos líquidos radioativos que são jogados no mar, além de Carbono 14, Estrôncio 90, Césio 137, Chumbo 210 e Bismuto 207 entre vários outros.
No ambiente, o Tritio se conecta com oxigênio e vira água radioativa, que todos os seres vivos podem incorporar com facilidade no corpo e nas células.
“Como todas as substâncias radioativas, o trítio é um agente cancerígeno, mutagênico e teratogênico”, explica o Matemático e Físico Gordon Edwards, Presidente da Coalizão Canadense de Responsabilidade Nuclear (www.ccnr.org). “No caso do câncer, leucemia e danos genéticos, o consenso científico é que toda a exposição à radiação aumenta o risco total e, portanto, a incidência dessas doenças em populações expostas.” O risco de Tritio é especialmente alto para os fetos expostos no útero, porque os fetos precisam de muita água. Além de H3, as outras substâncias radioativas podem se concentrar em uma parte do corpo (iodo-131 na tireóide, o estrôncio-90 nos ossos e dentes, o césio-137 em tecido muscular) onde eles criam riscos especiais. O estrôncio-90 especialmente é perigoso para crianças porque pode causar leucemia.
Educado em Química Técnica na Alemanha, visitas às usinas nucleares fizeram parte de meus estudos, por isso eu sempre soube sobre estas emissões gasosas e líquidas das usinas nucleares. Mas eu pensei que as usinas Angra 1 e Angra 3, que usam água do mar para resfriar os reatores, jogassem este “esgoto” radioativo no mar diretamente em frente das usinas – onde ninguém toma banho – ou, um pouco melhor, utilizassem um emissário submarino longe da Baía da Ilha Grande, no alto mar, para ter uma diluição maior. Graças ao “Estudo da Dispersão de Radionuclídeos na Baía da Ilha Grande, Rio de Janeiro”, da pesquisadora Franciane Martins de Carvalho Gomes, da UFRJ, publicado este ano, eu sei agora que estas substâncias radioativas são jogadas com a água de refrigeração aquecida no Saco de Piraquara de Fora, em frente de uma das últimas praias lindas de acesso público e em frente também de uma resistência quilombola. Neste local, são despejadas todos os dias do ano, a cada segundo, 30 metros cúbicos de água usadas e poluídas pelas usinas nucleares. Podemos chamar esta contaminação radioativa de “Racismo Ambiental”?
Para os responsáveis das usinas nucleares claramente não existe nenhum risco, porque a descarga e liberação dos radionuclídeos é controlada por eles mesmos. A argumentação oficial é: “Os efluentes resultantes do tratamento dos rejeitos líquidos radioativos são liberados controladamente para a água do mar proveniente dos condensadores principais, somente se a sua concentração de atividade estiver abaixo dos limites legais.” No momento o saco recebe só o “esgoto” das usinas Angra 1 e 2. Mas daqui há pouco também os rejeitos líquidos radioativos de Angra 3 vão ser liberados com a água de refrigeração no mesmo lugar. O Relatório de Impacto Ambiental – RIMA da Unidade 3 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto fala pouco sobre os rejeitos líquidos radioativos como tritio e Césio que podem aumentar com a operação de Angra 3. O relatório só fala concretamente sobre o problema de aquecimento da água no Saco Piraquara de Fora: “Com o início da operação de Angra 3, espera-se um acréscimo de vazão e temperatura no saco Piraquara de Fora, considerando os efeitos combinados de Angra 1 e 2. Os estudos indicam que o ecossistema marinho poderá ser afetado nas proximidades do lançamento de água, visto que a temperatura da água do mar mais elevada ocasionaria um estresse térmico, e o fluxo elevado, impediria a fixação dos organismos sésseis (por exemplo, cracas, corais, crinóides, ostras e algas).”
É uma ironia que esta pequena baía ou saco, onde as usinas nucleares jogam o seu “esgoto” líquido, sempre foi um lugar de alta biodiversidade. Os arqueólogos – com financiamento da Eletronuclear – descobriram que as populações antigas do saco Piraquara de Fora realizaram uma prática intensa da pesca e caça de mamíferos marinhos, fundamentada em uma grande diversidade de recursos alimentares, incluindo significativa presença de pinças de caranguejos e ossos de mamíferos terrestres. “Tais características indicam Piraquara de Fora, uma pequena enseada abrigada dos ventos que, pela diversidade de espécies de peixes e moluscos, constituiu um local preferencial para populações humanas pré-coloniais que ocupavam e exploravam os recursos na baía da Ribeira”, escreve Nanci Vieira de Oliveira, Professora do Centro de Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ.
Energia nuclear não é uma energia limpa!

Nota do Editor: Norbert Suchanek, correspondente e jornalista de Ciência e Ecologia, é colaborador do EcoDebate.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

MAIS UM EX.: DE MARQUETINGGGRENNNN VERDE...RS.... FESTIVAL "SUSTENTAVEL" SWU

E-mail recebido de uma amiga...
achei interessante compartilhar.

agradecido Liliane

FESTIVAL "SUSTENTAVEL" SWU

Estava falando sobre este festival com uma amiga, questionando alguns destes pontos, quando por coicidencia recebi este email de um amigo..achei bacana repassar!
Inocente é pensar que a proposta deste festival iria superar a ideia de lucrar..o que já começou nos valores exorbitantes dos ingressos! aff
Segue..
 
 
É claro que um evento gigante dá problemas e é claro que tem gente chata e mimada que exagera nas reclamações, mas o que acompanhamos na tentativa de festival sustentável SWU passa do limite.

Principais problemas e sugestões

1. Pista premium, camping premium, praça de alimentação premium, vários locais de acesso restrito… Isso não faz sentido algum, principalmente em algo que é chamado de “movimento social”. Não custa nada abrir tudo, cobrar apenas um tipo de ingresso e criar um ambiente de igualdade. Essa cultura do VIP, um dos pilares do SWU, é curiosamente uma das maiores causas de nossa situação precária – ambiental e humana.
2. Preços humilhantesAlém do ingresso caro, a água custava 4 reais, um refrigerante 5 reais, uma minipizza (do tamanho de um pedaço de pizza), fria e crua, saia por 8 reais e um hambúrguer maravilhoso como esse da foto abaixo tirou 12 reais do bolso de muita gente.
Hambúrguer saboroso de... adivinha? Bacon! (via Twitpic - @zerrenner)
Nada, nada justifica isso, principalmente em um evento com patrocínio e Lei Rouanet bancando 6 milhões. Se vão nos encher de comerciais em todos os cantos (até nos telões, logo após o último acorde de cada show), cobrem barato.
3. As comidas oferecidas eram incongruentes com a proposta do evento. Em vez de chamar empresas de fast-food como espetinhos Mimi, pizza, hambúrguer, cachorro-quente, crepe e afins, por que não movimentar a comunidade local com comida boa, caseira e barata? Grandes raves, como o Universo Paralello, fazem muito isso e dá certo.
Sustentabilidade envolve qualidade de vida e alimentação saudável. Um evento que preze por este movimento não pode se render e ter como patrocinadores empresas que produzem enlatados, industrializados, refrigerantes e que contribuem para a devastação florestal.
Além disso, apenas oferecer uma opção vegetariana não é a solução. Se é um evento também de reflexão, é necessário que seja dito, ao menos, que a indústria da carne é a que mais contribui para a insustentabilidade. Como parte da idealização do projeto, o correto seria a alimentação natural e vegetariana ser incentivada no evento.
4. Usaram copos e garrafas de plástico não reutilizáveis. Ou seja, muito lixo produzido por apenas uma só pessoa. Uma ideia seria dar uma caneca na entrada e distribuir água de graça em bebedouros gigantes. Se a Nestlé fizesse isso, certamente ganharia nosso respeito.
Merchan, para os íntimos (via Flickr - In Press/SWU)
5. O SWU foi realmente inovador ao mostrar uma nova modalidade de greenwashing, envolvendo a produção de um festival de música e a apropriação do mote “Por um mundo melhor”. O resto é fácil: envolva grandes marcas e chame meio mundo de músicos para entreter o rebanho enquanto todos consomem lixo e liberam o máximo possível de dinheiro.
6. Sem nenhuma vergonha, uma parte do evento era destinada ao merchandising, o que soma para validar o evento como mais um de marketing verde. Afinal, qualquer um que se interesse por sustentabilidade sabe que a principal estratégia (melhor do que reutilizar e reciclar) é a de reduzir o consumo. Proposta inviabilizada pelos patrocinadores do evento e, no entanto, uma maneira da nossa tentativa de Woodstock brasileira aproveitar para lucrar um pouco mais.
Para forçar o consumo, as pessoas foram proibidas de entrar com água ou comida, o que gerou um lixo gigante já na entrada do evento.
7. O transporte e o estacionamento foram completamente mal organizados. Este talvez seja o principal foco das reclamações e das histórias de sofrimento (leia no Scream & Yell). Como se não bastasse, não havia bicicletário, o estacionamento para o mais sustentável dos veículos.
8. A formação da equipe de funcionários foi muito ruim. Falta de informação e desorganização em todas as falas. Tivemos um problema (pequeno, considerando o que lemos nos relatos) na hora de achar o estacionamento e a produção do evento foi clara ao dizer que não sabia. “Isso aqui tá uma zona, cara!”, sinceramente nos disse um cara com a camiseta do festival logo na entrada.
9. O tempo de todos os shows foi muito curto. Imagine um fã de O Teatro Mágico, por exemplo, que passou por muita confusão apenas para ouvir 6 músicas. “Ou cancela o show ou toca por 25 minutos”, foi o que Fernando Anitelli ouviu da organização do evento.
10. Bom, mas se o evento não foi sustentável, foi, pelo menos, um festival de música, não é mesmo? Mais ou menos assim, digamos: o som falhou em muitos shows, como Rage Against the Machine (caiu duas vezes e depois ficou baixo para quem não estava na área premium), Los Hermanos (som baixo), Regina Spektor (problema de retorno), Queens of the Stone Age (microfonia) e Yo La Tengo (som abafado e baixo).



Att,
Liliane

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

só o dinheiro importa



REPASSANDO

ASSISTAM AO VÍDEO...

http://www.youtube.com/watch?v=F0v9Z1WyqZA&feature=player_embedded

Maravilhosa a encenação. Parabéns aos estudantes. Estes e demais profissionais da área devem continuar a questionar o uso destas tecnologia mutantes em nossos alimentos. Apoio o protesto e o texto “Tudo pelo dinheiro”. Enganam os agricultores, dizendo que haverá muito mais lucro com OGM, porém por pouco tempo. Depois vem a compra e mais compra de pesticidas e novos gastos. Vimos o desastre que está acontecendo na Índia, com erva daninha resistente aos pesticidas que acaba com o cultivo do algodão. Afora a perda das sementes “crioulas”. Vê-se notícias pela internet que na Europa também estão comprando cientistas pra mudarem conclusões sobre pesquisas e experimentos.


FONTE: http://pratoslimpos.org.br/?p=1767

terça-feira, 5 de outubro de 2010

CURSO VÍDEO




Vamos começar nossas oficinas de vídeo. O curso se iniciará em 13/10 e
terminará em julho de 2011( com um intervalo no final do ano).
Ainda estamos buscando recursos para custear parte das despesas, mas
vamos iniciar de qualquer jeito. São 20 vagas e será feita uma seleção
levando em consideração interesse, atuação e disponibilidade. Em anexo
seguem as informações do curso e a ficha de inscrição. As fichas devem
ser enviadas para inscnossofilme@gmail.com.

Atenciosamente

Rafael Ribeiro
SAPE

UMA DICA DE COMO FAZER ECOLOGIA NA ERA ATUAL...

Salve irmãos...

Depois de um tempo sem escrever... aqui estou. Volto para falar de uns vídeos que tenho visto ultimamente e venho aqui para compartilhar-los...

Nessa época atual vejo muita gente falando em ecologia, sustentabilidade, proteção a meio ambiente... Tanto falam que parece que só fica no falar por falar, mas os hábitos e modos de vida continuam os mesmos...

Não é novidade pra ninguém que os recursos naturais estão com seus dias contados, mas isso também só fica nas conversas, atitudes concretas para mudar essa situação parece que ninguém quer fazer...

Mas que atitudes seriam essas???

Se realmente querem fazer ecologia, cuidar de nosso planeta, é preciso um pouco de informação e uma mudança no modo atual de vida (consumo)...

Vendo alguns documentários do link que esta abaixo, vocês conseguem ver um pouco do mal que as indústrias (modo de vida baseado no consumismo) causam no lugar onde vivemos.

Uma atitude das boas é parar de consumir carne ou diminuir (já ajuda)...
mas como assim, o que a carne tem haver com isso????

é isso mesmo, o video que explano aqui, mostra o modo como é produzida a carne que chega a sua mesa atualmente...

Assista ao vídeo e tirem suas próprias conclusões...


No link abaixo tem mais uma série de filmes, documentários, reportagens e etc... sobre os grandes males que levam o planeta pro buraco...rs...


Infelizmente estão acontecendo diversos crimes contra natureza, mais infeliz é aquele que não quer ver e dar um passo pra traz para tentar ajudar a mudar isso...

Façam bom proveito...

Haribol


terça-feira, 28 de setembro de 2010

NOTÍCIAS DA CIDADE - ESSE ANO O CICLISMO ANGRESE PASSOU MAIS UMA VEZ EM BRANCO.

FALA TOPEIRA!

POSTE ISSO NO SEU SITE:

ESSE ANO O CICLISMO ANGRESE PASSOU MAIS UMA VEZ EM BRANCO.

DEPOIS DE NO ANO PASSADO SEREM REALIZADOS EVENTOS BEM LEGAIS, COMO: CIRCUITO DE ESTRADA E DE MTB, ALÉM DE PASSEIOS CICLISTICOS E EVENTOS EM PARCERIA COM A S.E.L.(SECRETARIA DE ESPORTE E LAZER), CHAMANDO A ATENÇÃO DAS AUTORIDADES PARA O CICLISMO DA CIDADE. ESSE ANO TIVEMOS BOAS CHANCES FIRMAR ESSA IDÉIA COM O TOUR DO RIO PASSANDO POR AQUI, O DIA MUNDIAL SEM CARROS, DIA DO MEIO AMBIENTE E OUTRAS DATAS QUE PODERIAMOS TER FEITO ALGO PELO CICLISMO ANGRENSE, AGORA COM O ANO ACABANDO FICO DESANIMADO. AGRADEÇO JOÃO CARLOS (DÉDI DA BIKE MANIA), HÉLIO SUR (SUR CICLE JAPUÍBA) E OS NOSSOS ATLETAS E AMIGOS QUE PARTICIPARAM DE EVENTOS DE GRANDE RENOME NACIONAL COMO O BIG BIKER E EVENTOS REGIONAIS COMO AS PROVAS QUE ACONTECERAM EM RESENDE, VASSOURAS, VALENÇA, CONSERVATÓRIA, ENTRE OUTRAS, SEMPRE REPRESENTANDO O MUNICÍPIO, E SE NÃO FOSSEM ELES ANGRA FICARIA TOTALMENTE EM BRANCO.

GRANDE ABRAÇO AOS AMIGOS E QUE 2012 SEJA DIFERENTE.

ALEX


quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Cem mil protestam contra energia nuclear na Alemanha

20/09/2010 - 05h09
Cem mil protestam contra energia nuclear na Alemanha

Por Fernanda B. Müller, da Carbono Brasil

Cerca de cem mil manifestantes contra a energia nuclear tomaram o centro de Berlim no sábado se mostrando insatisfeitos com o anúncio da Chanceller Angela Merkel da extensão da vida útil de usinas ao redor do país.

Os organizadores, grupos ambientalistas apoiados por partidos de oposição, programaram trens especiais e 150 ônibus que trouxeram manifestantes de todas as partes da Alemanha para a capital, segundo a AFP.

A coalizão de centro direita de Merkel declarou na semana passada que decidiu estender a vida de 17 reatores nucleares em uma média de 12 anos, sem consultar a câmara alta do parlamento onde não possui maioria desde maio.

Um dos organizadores da marcha de sábado, o grupo ambientalista BUND, disse que este foi apenas o início das manifestações, com outras marcadas para 6 de outubro em Stuttgart, 9 de outubro em Munique e 6 de novembro, contra a chegada de um carregamento de resíduos nucleares altamente radioativos, na região nórdica de Wendland.

“A demonstração de ontem foi apenas o início de um outono quente”, declarou o presidente da ONG Hubert Weiger.


(Envolverde/Carbono Brasil)